Es esa muchacha, que viene y que pasa Con su balanceo, camino del mar


Meu dermatologista falou que, mesmo em dias nublados, eu preciso usar protetor solar quando for sair. Queria aqui, por meio deste, pedir desculpas ao doutor, dizer que ele está exigindo muito de mim, e que, do fundo do meu coração, não posso mesmo seguir suas recomendações...
É que meu sundown tem cheiro de férias. E de verão na praia, marquinha de biquíni e brisa do mar.
É o protetor solar dos meus verões na Bahia, de todas nós morenas-apenas-de-verão que desfilamos nosso bronzeado pelo Porto da Barra, e dos baianos que “desse jeito não guentam não hein, mãe”!
Meu sundown tem o som de Bin fazendo axé com uma lata de lixo lá no Porto, como se fosse uma percussão. E, por falar nisso, como cantou Saulinho: entardeceu lá no Porto, palmas que já vem o sol...
Pôr-do-sol é um espetáculo que, naturalmente, pede sundown. Seja ao som do Bolero de Ravel na Praia do Jacaré ou na vibe surf da Praia de Pipa.
Ao som de Sambô na piscina do prédio com as primas; no banho de mangueira no quintal de tia Ni; nos finais de semana de frescobol na Aruana... Sempre tem sundown.
Que também tem gosto de chá mate geladinho e de água de coco na beira do mar. E manga com sal na AABB, e amigos reunidos na piscina e vôlei na graminha... Meu sundown tem cheirinho de janeiro.
Acontece que ainda é setembro e, com tanta nuvem carregada no céu e tanto trabalho da faculdade para fazer, passar protetor agora seria maltratar demais esse meu coraçãozinho solar. Uma crueldade digna de castigo nazista, um atentado violento à minha paz interior. Entende, doutor?, não é que eu não queria... É que eu simplesmente não posso.

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